Contrapondo

    Quando mais jovem, lá pelos meus 20 anos, me achava alguém egoísta. Alguém que só pensava em mim e em meu bem-estar, que guardava tudo o que era meu por ninguém saber cuidar do que eu era. Que ironia o tempo faz, minha próxima postagem é justamente contrariando tudo isso. 

    Recentemente tenho percebido o quão imaturo eu era. Nunca fui egoísta, muito pelo contrário, sempre fui alguém extremamente dependente. Alguém que não gosta de dar um passo sem segurar a mão de quem gosto. E você me mostrou isso, me ensinou sobre todas as nuances de uma relação a dois. Mas justo agora, você quer que eu esqueça tudo o que eu sou e que com você eu aprendi. 

    É como se sentisse que o chão tivesse desabado. E como manter a estabilidade assim? Vendo o quanto eu preciso de uma mão para conseguir ao menos caminhar, eu não encontro.

Fico sentindo como se tivesse tateando pelo ar, numa escuridão sem fim procurando um apoio.

    Mas pensando por outro lado, acho que sou egoísta sim, mas não um egoismo de só se preocupar comigo, e sim um egoismo que busca apoio ao redor e onde posso. Um egoísta que procura cuidados com quem ama, mas que também procura oferecer esses cuidados.

E pensando em uma certa música:

“Mudaram as estações

Nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Está tudo assim tão diferente"

    Tenho que discordar um pouco. Tudo mudou, é uma estação nova uma nova chance de caminhada. Aconteceram coisas que deixarão marcas eternas que são os sinais dessa mudança.

     Sou egoísta por te querer aqui do meu lado, não só me apoiando, mas para que eu também possa te apoiar. Não estamos em uma competição, não existem vencedores, mas sinto que só estou perdendo. Te perdendo cada vez mais.

     O egoísmo do meu peito, se tornou um buraco negro, que suga qualquer chance de conseguir viver. Perdendo completamente o controle, caindo pelo ar. Elevo minhas mãos ao ar, não quero te enfrentar quero apenas te ter ao meu lado.

     Os erros jamais poderão ser apagados e eu sou capaz de elucidar cada um deles. O solo pode ter desabado, mas ainda existe chance de se reerguer com uma nova e sólida base. O meu eu é seu.

Eu não posso mais continuar assim, por isso ponho minhas mãos para o ar. E te digo:

"Seu sorriso é o que preciso

E quanto ao resto, eu juro tanto faz

Sua ausência me condena à dor"