domingo, 21 de dezembro de 2008

Do outro lado do salão



Com o cálice de vinho em sua mão ele fitava os olhos sobre aquela figura misteriosa que estava do outro lado do salão. Que criatura era aquela que lhe chamava tanto a atenção, fazendo com que esquece ate quem o acompanha, é que ele julgava ser tão importante. Mas era importante ate o momento anterior à ele ver aquela figura misteriosa do outro lado do salão.
Seus olhos não param de se fixar naquela figura e o seu corpo insistia em não querer obedecer e se dirigir ate ela, e mesmo com todas a tentativas de disfarçar seus olhares e interesses, cada gesto seu denunciava suas verdadeiras intenções. O conflito entre mente e corpo cada vez mais se tornava evidente aos olhares de terceiros, e o único gesto capaz de ser controlado e o das mãos molhadas levando o cálice de vinho a boca.
Por sorte quem o acompanha foi ao banheiro, nem mesmo sabe quanto tempo já faz que está só na mesa olhando a figura, pois ao mesmo tempo em que parece ser uma eternidade ao mesmo tempo e como se houvesse passado apenas alguns segundos e todo o tempo do mundo seria pouco para tão grande encantamento.
Aquela figura que com tanta graça lhe encantou nem ao menos sabe que ele existe, nem sequer demonstra interesse por qualquer um. Simplesmente parece que surgiu ali para encantar e fazer seu coração se apaixonar como nunca havia sentido. As mãos molhadas, as pernas inquietas e ate o nó da gravata lhe parecia mais apertado.
Seu desejo e imenso, mais seu corpo não lhe obedece. O cálice de vinho já quase vazio o deixa ainda mais aflito, quanto tempo será q ele esta nessa situação ou será que apenas bebeu mais rápido que o de costume. Por que, não e capaz de se levantar? Qual o motivo de tanta covardia? Será o medo de abandonar quem ele achava ser tão importante, com quem havia feito tentos planos e lutado para conseguir estar junto.
Maldita confusão em sua mente, o impedindo de quem sabe ser extremamente feliz. Mas ele já era, pelo menos acreditou por muito nisso, por muito achou impossível estar mais contente, agora ele olha esses momentos e não entende como podem ter se tornado tão banais, diante do que estar por vir, o que ele pensava ser a maior felicidade alcançada se torna nada. Simplesmente desmorona.
Tomando um ultimo impulso ele decide se levantar e se dirigir ate o outro lado do salão, bebe o ultimo gole de seu vinho e se prepara para levantar e em fim alcançar tão esperado objetivo, parte para a busca da felicidade. Quando sente em seu ombro a mão de quem o acompanha, e uma voz dizendo:
- Querido vamos embora. Não estou me sentindo bem, já acertei nossa conta. Venha!
E então e puxado para fora e vê aquela figura se tornar cada vez mais distante ate que a porta do salão se feche e ele deixe de vê-la.

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